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5 Tecnologias que irão guiar a engenharia em 2026

  • Foto do escritor: Sergio Colhado
    Sergio Colhado
  • há 5 dias
  • 5 min de leitura
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 O salto tecnológico de 2026 À medida que avançamos para 2026, a engenharia deixa de ser apenas um campo técnico e se consolida como área estratégica para organizações que dependem de resiliência operacional, transformação digital e infraestrutura crítica. A velocidade com que novas tecnologias vêm sendo adotadas, de IA a sistemas avançados de energia, passando por simulações em escala digital,  cria um cenário em que decisões tomadas hoje impactam diretamente competitividade, continuidade e capacidade operacional dos próximos anos. Identificar as tecnologias que realmente importam tornou-se um diferencial estratégico. A seguir, apresentamos cinco delas, aquelas que, de forma prática, tendem a transformar a forma como projetamos, construímos e gerimos infraestrutura em 2026. 


1. IA aplicada à engenharia e à operação


A Inteligência Artificial entra em 2026 como uma das forças mais transformadoras da engenharia. Ela deixa de ser aplicada apenas em análises pontuais e passa a integrar o ciclo completo dos projetos: planejamento, projeto, execução, comissionamento e operação. Relatório recente da Agência Internacional de Energia (IEA), Energy and AI, discute justamente essa interseção entre IA e demanda energética, mostrando que o crescimento de aplicações de IA em larga escala, especialmente em data centers, é um dos fatores que pressiona a infraestrutura elétrica global nesta década.


Na prática, para a engenharia, isso significa:


  • uso de algoritmos para prever falhas em sistemas complexos;

  • otimização de cronogramas e rotas de obra;

  • apoio à tomada de decisão em tempo real em ambientes de missão crítica;

  • análise de cenários de risco antes que eles aconteçam.


A IA deixa de ser apenas eficiência operacional e passa a ser redução de incerteza em projetos de alto impacto, algo que pesa tanto quanto custo e prazo em decisões de investimento.


2. Resiliência estrutural e operacional como premissa


Eventos climáticos mais severos, pressão regulatória e maior exposição de ativos críticos colocam a resiliência em outro patamar em 2026. Em infraestrutura de missão crítica, a pergunta já não é mais “a obra está dentro da norma?”, mas sim: “essa infraestrutura continua operando em cenários extremos?”


Isso inclui:

  • soluções estruturais avançadas para zonas sísmicas;

  • estratégias de mitigação de risco em data centers e instalações industriais;

  • redundância e planejamento de continuidade de operação.


Diversos estudos de risco e relatórios setoriais publicados nos últimos anos convergem num ponto: empresas que tratam resiliência como eixo de projeto e não como complemento tendem a sofrer menos interrupções, menores perdas financeiras e menor impacto reputacional após eventos extremos no atual cenário climático que vivemos. Em setores como telecom, saúde, financeiro e data centers, isso está diretamente ligado à confiança do mercado.


Mesmo quando não há um único número “universal”, há um consenso crescente em torno da mensagem: projetos resilientes custam menos, no longo prazo, do que projetos “no limite” da norma. É um ponto importante de discussão e definição a ser tomada. 


3. Energia inteligente e o novo contexto de demanda


Energia é, talvez, o eixo mais sensível da transformação atual. O relatório Electricity 2025 da IEA mostra que o consumo global de eletricidade cresceu cerca de 4,3% em 2024, com expectativa de crescimento ainda robusto nos próximos anos, impulsionado por eletrificação, digitalização e IA.


Quando olhamos especificamente para data centers e cargas intensivas em computação, a preocupação fica ainda mais clara: análises recentes baseadas em dados da IEA indicam que a demanda global de eletricidade de data centers pode dobrar entre 2025 e 2030, alcançando uma ordem de grandeza próxima ao consumo anual de um país inteiro como o Japão em 2024.


Isso tem consequências diretas para a engenharia:

  • redes elétricas sob maior pressão;

  • maior necessidade de planejamento de demanda e capacidade;

  • necessidade de soluções locais e setoriais para garantir continuidade.


Por isso, “energia inteligente” deixa de ser um conceito abstrato e passa a significar:

  • microrredes e arquiteturas elétricas mais autônomas;

  • integração de fontes diversas com sistemas de armazenamento;

  • projetos que já nascem preparados para cenários de racionamento, picos de demanda e transição energética.


Para empresas de engenharia que atuam em infraestrutura crítica, esse tema é, ao mesmo tempo, desafio técnico e argumento estratégico na relação com clientes que não podem parar.


4. Gêmeos digitais e a antecipação de cenários


Gêmeos digitais (digital twins) vêm ganhando espaço há alguns anos, mas entram em 2026 em outro patamar de maturidade. Eles deixam de ser apenas modelos tridimensionais sofisticados e passam a ser representações dinâmicas de ativos e sistemas, conectadas a dados reais de operação.


Pesquisa da McKinsey no ano anterior apontava que cerca de 70% dos executivos C-level de tecnologia em grandes empresas já estavam explorando ou investindo em gêmeos digitais, o que mostra que essa não é mais uma tecnologia de nicho.


Em paralelo, estudos recentes indicam que gêmeos digitais aplicados à infraestrutura pública e grandes sistemas podem melhorar a eficiência de capital e operacional em torno de 20% a 30%, ao permitir simulações de uso, manutenção e expansão antes de investir em obras físicas.


Na prática, isso significa que:

  • é possível testar cenários de carga, falhas, manutenções e expansões em ambiente virtual;

  • decisões de investimento são tomadas com base em dados e não apenas em premissas teóricas;

  • a engenharia passa a ter um “laboratório digital” permanente para suportar o ciclo de vida do ativo.


Do ponto de vista executivo, gêmeos digitais ajudam a responder perguntas como:  “Qual é o impacto financeiro de adiar determinada intervenção?”, “Qual é o risco real de determinada falha em um cenário de pico?”


5. Construção modular e industrialização da engenharia


A construção modular também dá sinais claros de que deixará de ser exceção para tornar-se uma das principais estratégias de grandes players até o fim desta década, como já vínhamos discutindo.


Relatórios de associações setoriais indicam que o mercado de construção modular vem crescendo de forma consistente, tanto em valor absoluto quanto em participação no total da construção, com projeções globais que apontam expansão significativa até 2029 impulsionada por ganhos de produtividade, padronização e pressão por prazos mais curtos e menor desperdício. 


Além disso, análises recentes da McKinsey reforçam que a construção modular é uma das respostas possíveis para três desafios simultâneos: aumento de custos, escassez de mão de obra qualificada e necessidade de reduzir emissões associadas à construção.


Na engenharia de missão crítica, isso se traduz em:


  • módulos técnicos padronizados (salas elétricas, módulos de refrigeração, salas técnicas completas);

  • maior transferência de atividades do canteiro para o ambiente fabril;

  • mais controle de qualidade e menos exposição a variáveis externas (clima, logística, restrições locais).


Para executivos, o ponto não é apenas “fazer mais rápido”, mas fazer com mais previsibilidade, tanto em custo quanto em prazo, e isso tem impacto direto em ROI, risco de atraso e competitividade em mercados disputados.


Conclusão - 2026 como ano da maturidade tecnológica


Quando olhamos para IA aplicada à engenharia, resiliência estrutural, energia inteligente, gêmeos digitais e construção modular, o que vemos não é uma lista de buzzwords, mas um conjunto de tecnologias que apontam na mesma direção: mais previsibilidade, mais controle e mais resiliência para ativos críticos.


Em 2026, empresas que conseguirem combinar esses cinco vetores tendem a estar melhor posicionadas para:


  • operar em ambientes de alta incerteza regulatória e energética;

  • responder a picos de demanda com menor risco;

  • extrair mais valor de cada ativo ao longo da sua vida útil.


Para a Mendes Holler, isso não é apenas um cenário teórico. É o contexto em que a empresa escolhe se posicionar como engenharia premium, capaz de entregar projetos que combinam robustez técnica, visão de longo prazo e tecnologia aplicada de forma estratégica com uma equipe totalmente especializada e comprometida.



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Sergio Colhado - Diretor de operações Mendes Holler Engenharia

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